2 de set. de 2017

A RISADA DO DEFUNTO


Era um gozador incorrigível, irreverente às pampas. De uma simpatia contagiante, todos gostavam dele. Ora rico, ora pobre. Dava-se à arte dos rolos e ou estava com muito dinheiro ou estava sem nenhum. Em qualquer das situações, sempre alegre e pronto a zoar o alheio.
Um dia, apareceu com uma quantidade enorme de dólares. Quem me contou disse que, ao enfiar todas as notas em uma gaveta, foi necessário empurrá-la com o pé, para fechar.
Pois não é que nosso amigo escolheu para morrer logo a casa da amante? Aí foi que o genro teve de ir resgatá-lo e contar que, numa mesa de jogo (era chegado à "oreia da sota"), perdera uma grande parada e tivera um troço. Levado às pressas ao hospital, não resistiu.
Fez-se o velório, o sepultamento, a missa de sétimo dia, o inventário e as coisas voltaram ao normal.
Um ano após o falecimento, a família recebe uma carta de um banco, pedindo seu comparecimento. O jeito foi o genro ir com mais alguém da família. No banco, informaram que o finado tinha alugado um cofre e que já havia um ano que não comparecia com o pagamento. Explicaram que isto não teria sido mesmo possível, pois havia um ano que falecera. Resolveu-se, então: vamos pagar e esvaziar o cofre para entregá-lo.
Sôfregos, pegaram a chave, o segredo e
correram ao cofre. Abriram-no e deram de cara com um par de dentaduras rindo das
caras deles. Só!



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