23 de ago. de 2015

NA CONCEPÇÃO DE DONA EPHIGENIA, CRISE ERA TRATADA DE MODO DIFERENTE

Dona Ephigenia teve uma vida de muito trabalho. Muito, mesmo! Tinha de tomar decisões muito difíceis, em meio a uma rotina já difícil.
Uma de suas condutas, em particular, deixou marcas muito fortes: Dona Ephigenia não comia manteiga, ao passo que todos os seus filhos comíamos. Dona Ephigenia comia queijo mas sabia que, se comprasse um queijo inteiro, os nove filhos comeríamos manteiga e queijo. A grana não dava para tanto. Havia queijo na mesa para todos, sim, mas só quando era possível, não para o cotidiano, situação em que D. Ephigenia comprava uma fatia de queijo para si, diariamente. Essa possibilidade não era sustentável como desejado, porque, como se disse, a grana não era muita e, não bastasse, variava de quantidade. Pois bem. Um belo dia, a manteiga sumia da mesa. Pude observar que, quando isso acontecia, a fatia de queijo já havia desaparecido havia muito tempo. Ou seja: para impor um sacrifício aos filhos, fazia-o para si, antes. Não sei se foi por causa disso que observei com admiração um colega que, trabalhando em órgão de alto escalão, propôs que um lanche, que era distribuído somente a oficiais, fosse "empobrecido" em conteúdo e ampliado em quantidade, para que fosse servido também a subalternos. A justificativa para o modo de distribuição era que os subalternos tinham horários fixos para entrada e saída, enquanto que os superiores só tinham hora para entrada, sem certeza quanto ao momento de seu almoço (o que só denotava um tanto de desorganização no trabalho). O argumento da proposta, de ampliação do lanche, era de que os subalternos saíam de casa por volta das seis horas e, conforme seu regime de trabalho, só deveriam chegar de volta à casa às catorze horas, mais ou menos. Um tempo muito grande sem alimento. Além disso, qualquer pessoa normal saliva quando vê alimentos serem servidos, ainda que se tenha alimentado em um tempo anterior não muito distante. A pessoa encarregada de organizar o lanche disse que a verba era insuficiente. Foi aí que esse colega declarou que, se não houvesse lanche para todos, no dia seguinte, não aceitaria o seu. Pois no dia seguinte houve lanche para todos, sem redução no conteúdo. Havia verba, portanto.
Por que falo dessa leréia toda? Porque o governo decidiu não antecipar a metade do décimo terceiro aos aposentados. A crise é braba, a verba é curta e a despesa muito grande, em torno de 18 bilhões. Além disso - argumentou o governo - a antecipação parcial do décimo terceiro não é uma obrigação. Só que o governo decidira, no tempo das vacas gordas, promover a antecipação, tendo conquistado a simpatia de muitos aposentados. É claro que a nova decisão gerou polêmica no próprio governo: o Ministro da Fazenda ou o do Planejamento, ou ambos, sei lá, justificavam com o impacto financeiro do pagamento. O Ministro da Previdência argumentou que era preciso pagar, porque os Ministros haviam recebido (!!!!!? Nem tanto. Isso acontece).
Se os Ministros haviam recebido, é provável que Deputados e Senadores também tivessem recebido.
Ora direis: mas o impacto financeiro desses pagamentos é muito, mas muito menor do que o impacto do pagamento aos aposentados.
Governo não vai antecipar primeira parcela do décimo terceiro de aposentadosDirei eu: penso que a questão não é o impacto financeiro. É o impacto moral quanto a liderança!
PS 1: Acabou havendo verba: o governo resolveu antecipar a metade do 13º aos aposentados, em três parcelas: setembro, outubro e novembro. Valeu a intervenção do Ministro da Previdência.
PS 2: Só um marqueteiro muito poderoso pode convencer-nos de que somos todos iguais e de que o Brasil é um país para todos.

Foto: Rádio Globo RJ
http://radioglobo.globoradio.globo.com/noticias-sobre-economia/2015/08/14/GOVERNO-NAO-VAI-ANTECIPAR-PRIMEIRA-PARCELA-DO-DECIMO-TERCEIRO-DE-APOSENTADOS.htm

22 de ago. de 2015

AÍ, EU TENHO DE ACREDITAR, UAI!

PF-Operação-Lava-JatoOperação Lava-jato rolando e muita gente dizendo que a crise que estamos atravessando nada tem a ver com os danos causados à Petrobras e outras coisas, como argumentos de que há excessos praticados pelo Juiz Moro.Entendem que estão sendo favoráveis à empresa.
Concordo com que isto pode até gerar dúvida.
Mas quando uma empreiteira envolvida na operação aparece, em tratativa de acordo, propondo devolver R$700.000.000,00 - setecentos milhões de reais mesmo, gente, que não são setecentos reais, acho que é dinheiro demais pra não ser verdade.


Foto: Polêmica Paraíba
http://www.polemicaparaiba.com.br/polemicas/executivos-presos-na-lava-jato-entram-com-habeas-corpus-na-justica-federal/

21 de ago. de 2015

NAS LETRAS DE NOSSAS CANÇÕES - A FLOR E O ESPINHO




"Tire o seu sorriso do caminho
que eu quero passar com a minha dor."





Nelson Cavaquinho
com Guilherme de Brito





Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha em "A Flor e o Espinho".









Para ouvir com Nelson Cavaquinho (com imagens):
https://www.youtube.com/watch?v=qY7g_uSgysE

Foto: Portal Luis Nassif
http://blogln.ning.com/profiles/blogs/nelson-cavaquinho-e-guilherme-de-brito-que-dupla

19 de ago. de 2015

NO DIA DO FOTÓGRAFO, O ZÉ MAURO ME VEM COM ESSA!!!!!!!!!!




José Mauro Versiani, meu amigo, meu colega de escola. Trouxe-me, hoje, um causo interessantíssimo, vivido por seu avô, homenageando os fotógrafos, pelo seu Dia. Autorizado, reproduzo o texto e a imagem:
"Hoje é Dia do Fotógrafo - Vou homenageá-los com um causo do meu avô Chilon, o Pai da Fotografia em Patos. Antigamente, quando se perdia um ente querido, era costume da época fotografar o defunto. Verdade. Era a cultura da época este fato. Faleceu um membro de uma família tradicional e um dos filhos procurou o fotógrafo Chilon para que fosse lá no velório e batesse umas chapas de seu pai ali já no caixão. A família toda de pé atrás do caixão, o Chilon bate a foto. Tudo certo. Vem um dos filhos e diz: Sr. Chilon. Eu gostaria que o senhor batesse uma chapa de meu pai, mas só dele. Quero uma foto para colocar na minha carteira. E o Chilon:
- Perfeitamente.
Chega bem de frente ao defunto, olhando na lente da câmara por cima, ajusta o flash, olha no visor, ajusta o foco bem na face e diz para o morto:
- Atenção, atenção! Sem piscar...
Um dos filhos, entendendo aquilo como gozação, diz:
- Que que é isso sô Chilon? Sem piscar? Falando com o morto?
- Não se preocupe, meu filho. É a força do hábito.

18 de ago. de 2015

I ENCONTRO DE BANDAS DE PARACATU - MG






Geral
Aconteceu no dia 16 último, domingo, o Primeiro Encontro de Bandas de Paracatu. É uma tradição que algumas cidades ainda insistem em cultuar: Encontros de Bandas, que propiciam a reunião de corporações musicais que existem espalhadas em algumas cidades brasileiras, sendo uma das mais antigas manifestações da cultura de Minas Gerais.
Lira Paracatuense

O evento foi promovido pela Prefeitura Municipal de Paracatu, Secretaria Municipal de Cultura, apoiado e organizado pelo Vereador Juscelino Carteiro, com a coordenação de Marilda.
Compareceram as Bandas de Música das cidades de Araguari, Paracatu, Patos de Minas, Unaí (Capim Branco) e Vazante, somando cerca de cem artistas, entre músicos e regentes.
Banda Municipal de Vazante
Pela manhã, as Bandas apresentaram-se em várias praças da cidade, levando a música aos vários bairros.
Araguari
À tarde, reuniram-se as cinco Bandas na Praça Firmina Santana. Cada uma apresentou-se com duas músicas populares e um dobrado. O público presente teve a oportunidade de ouvir dobrados - gênero praticamente só mostrado por Bandas
Militares e Bandas Civis que o adotam - Beatles, Música dos Anos 80 e valsas, dentre
Lira Mariana Patense
outras. A Lira Mariana Patense representou o Município de Patos de Minas. Regida pelo Professor Holmes de Avelar Molinari, do Conservatório Municipal, apresentou-se com os músicos Adriel M. S. Trigueiro, Artur Alan Bernardes, Carlos A. Bomfim, Carlos César da Fonseca, Edison C. Mota, Guilherme R. S. Alves, Isis Eduarda N. Gonçalves, José Ricardo de Oliveira, Marco Comini, Paula A. Silva, Paulo R. Silva, Valdir L. Fonseca e Valfrido A. Mundim. Executou as músicas
 "Yesterday", de Paul McCartney, a valsa "Sobre as Ondas", de Juventino Rosa, e o dobrado "Saudade de Minha Terra", autoria do Sargento Luiz Evaristo Bastos.
Unaí (Capim Branco)

17 de ago. de 2015

AS INCONGRUENTES CONTAGENS DE PARTICIPANTES DE PROTESTOS

Ô gente! Uma diferencinha de até 20% (não estou falando de propina, não!) é aceitável! Mas é "demais pros meus sentimentos, tá sabendo?" essa de uma turma (a que se manifesta) apresentar um número de participantes, e a outra (autoridades, por voz da Polícia Militar ou da Guarda Municipal, conforme o município) apresentar outro número, correspondente à metade. Será tão difícil, assim estimar esse número de pessoas com um mínimo de aproximação?
Manifestações de 16 de agosto em Brasília (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)Só posso sugerir o método que um milionário, fazendeiro no Texas, informou (em inglês, claro! que um amigo traduziu para mim, também claro!). Era tanto gado, que o amigo perguntou quantas cabeças havia ali. O cara respondeu: 3.286. O amigo surpreendeu-se: como contou tão depressa? Resposta rapidíssima: contei as patas e dividi por quatro. Sorry!
Com gente fica mais fácil (já disse Vandré que "com gente é diferente"). Basta dividir por dois, uai!

1 de ago. de 2015

A LUA AZUL NO CÉU, EU OLHANDO DA JANELA, DE MADRUGADA, E LEMBRANDO JUCA CHAVES




Já publiquei, em "Nas letras de nossas canções". Mas não resisto ao impulso de repetir. Também, às quatro e meia da matina, cheguei-me à janela e lá estava a lua mais escandalosa (não encabulada, como disse Juca Chaves).
















"A lua vai dormir, encabulada,
na passarela da madrugada.
Meus olhos vão sonhar sob a janela
dos olhos dela, dos olhos dela."


Para ouvir com o autor:
http://letras.mus.br/juca-chaves/369851/