7 de jun. de 2015

O CONFLITO ENTRE O RESULTADO E A ÉTICA

Forma De DisputaJogo: Barcelona x Juventus. Situação: final da Liga dos Campeões. Protagonistas: vários, com destaque para Messi, Neymar e Suarez - 120 gols na temporada.
Meu personagem (positivo e negativo), Neymar, participou de momentos decisivos para a vitória. No primeiro gol, em jogada que envolveu Messi, recebeu a bola, acionou Iniesta, em boas condições para passar para Rakitic marcar, logo aos quatro minutos. Eficiente chutando com os dois pés, marcou o terceiro gol, com um chutaço de canhota, que já está ficando marcada pela força e pela precisão. Fatal, da posição em que se encontrava. Mais do que isso tudo, participou com 39 gols dos 122 marcados pelo Barcelona na temporada. E, a final, tornou-se artilheiro da competição, junto com Messi e Cristiano Ronaldo, com dez gols.
Penso que um craque com todo esse currículo não deve manchá-lo com atitudes anti-esportivas. E é aí que vejo o lado negativo em Neymar: de uma cabeçada, com a bola tocando em seu pulso direito, resultou bola na rede. Comemorou imediatamente. Tudo bem. Só que o auxiliar viu o lance e chamou o juiz à atenção: o lance fora irregular. Em jogos de volei, alguns atletas costumam "acusar" quando tocam na bola ou ela toca neles, em um lance em que a vantagem os favoreça. É a ética no esporte, coisa cada vez menos frequente, muito rara no futebol. Neymar poderia ter ficado na sua, aguardando a decisão do árbitro, e eu nem estaria tratando disto. Também poderia objetar que o toque fora involuntário e não desviara a trajetória da bola (penso que foi involuntário mas não estou seguro quanto à outra hipótese). Mas não. Dirigiu-se ao árbitro, indicando (pelo gesto) que a bola tocara-lhe o ombro. Não estava falando a verdade e penso que deveria saber disto, porque o tato lho teria indicado.
Depois de assentada a poeira, imagino que, com aquele gol, Neymar estava tentando garantir a artilharia na competição, já que, no meio do segundo tempo, com o Barcelona jogando muito melhor, o título estava quase garantido.
Penso que, se tivesse sido validado o gol e o resultado ficado 3 x 1, o título de artilheiro de Neymar, junto com os dois atletas citados, não teria o brilho do mesmo título de cada um deles. O gol que lhe teria dado a artilharia era falso. Não servia para pedra de coroa.
Pior: se tivesse sido validado o gol e Neymar tivesse voltado a marcar, no final (como voltou), teria restado artilheiro isolado da Champions League.
Não lhe teria caído bem, mesmo com o excelente currículo na temporada, segundo os princípios éticos que devem reger a vida e, na onda, o esporte. Do mesmo jeito que aquele gol da França, com toque de mão de Therry Henry, hoje tornou-se notícia em investigação de hipotética corrupção para que a Irlanda não recorresse da irregularidade.


Imagem: culturamix.com
http://www.culturamix.com/saude/esporte/futebol/historia-da-uefa-champions-league

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