25 de jul. de 2013

PAIXÃO É DOENÇA?

Não sei. Só sei que leva a comportamentos no mínimo esquisitos e a demandas estranhas.Hoje, após o almoço, passando pelo shopping, em Patos de Minas, passei por uma mesa de lanchonete e, de passagem, ouvi um jovem dizer a um provável amigo:
- Agora, só falta esperar a camisa sair, com uma estrelinha nova e "oh!" (fez um sinal que me pareceu dizer "mandar ver").
Obviamente, falava de uma camisa do Atlético Mineiro, recente campeão da Libertadores da América.
Estranho desejo esse, de adquirir, rapidamente, a camisa "oficial" do novo campeão. Será um aspecto pouco desejável da paixão? Doentio?
Seja o que for, tudo isto ajudou o Atlético Mineiro a ser campeão. A torcida do Galo acompanhou o time ao exterior, lotou o Estádio Independência e, na finalíssima, o Mineirão, só levando apoio, entusiasmo, coisa de arrepiar. Criativos, os torcedores criaram um slogan atemorizador, quanto ao Independência: "Caiu no Horto, morto!". Para o Mineirão, preferiram vaticinar: "No Mineirão é campeão!". Tudo gritado a plenos pulmões, misturando com lágrimas de desespero quando a situação estava feia, emergindo de uma baita fossa quando Victor defendeu o pênalte contra o Tijuana... De mamando a caducando (a tv mostrou um bebê quietinho no colo do pai e, em outra imagem, um senhor com a cabeça nevada, chorando que nem um bebê), lá estavam o atleticanos fervorosos cantando, gritando, chorando, agitando todo tipo de pano branco e preto... Um espetáculo!
Depois do jogo, dezenas de milhares de atleticanos fizeram manifestação de rua, no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, sob o velho Pirulito da Praça Sete.
Pode ser doença. Mas, em paz, como foi, é doença saudável.



Foto: Marcus Desimoni/UOL
 









NOTA: Duas circunstâncias interessantes que colhi em UOL Esporte:
Primeira: de radical, a solitária notícia que vi foi da queima de uma camisa do Olímpia, na Praça Sete.
Segunda: um professor, com 37 anos,  disse que a "Praça Sete é o lugar da massa do Galo". Ele assistiu ao jogo em casa, com os pais, e depois foi para a rua comemorar. “Não pude ir ao Mineirão por causa do valor do ingresso e porque queria estar ao lado da minha família nesse momento especial. É tradição vir para a Praça Sete, toda vitória do Galo eu venho para cá”, destacou.

Foto: UOL Esporte

http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/libertadores/repercussao/2013/07/25/multidao-de-atleticanos-toma-conta-da-praca-sete-para-celebrar-titulo.htm

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