23 de dez. de 2012

VOCABULÁRIO

Ontem, tive a oportunidade de dizer a uma criança que, se ler bastante, conhecerá muito mais palavras do que um número considerável de pessoas. Minha mãe fazia-me estudar com um dicionário ao lado. É óbvio que aprendi alguma coisa.
Millôr Fernandes escrevia na revista "O Cruzeiro" - Pif-Paf, se não me falha a memória. Produzia uma seção chamada "Ah! Essa falsa cultura". Emitia os conceitos mais estapafúrdios que - tinha certeza - muita gente engoliria tranquilamente.
Numa bela noite de verão, estava eu em sala de aula, terceiro grau, curso de publicidade e propaganda (gente que precisa muito de vocabulário), quando uma moça perguntou à professora o que é ´"apático" (a palavra aparecia em um texto).
Só não incorporei o Millôr, literalmente, porque ele ainda era vivo. Mas serviu-me de inspiração. Pedi à professora que me deixasse responder. Autorizado, deitei "conhecimento":


Apático é o indivíduo da tribo dos Apáticos, índios nômades estadunidenses que vagavam pelas verdes pradarias de Manitou. Adquiriram esse nome porque tiveram um chefe - Touro Sentado - que, por viver sentado, tornou-se paradigma dos índios, que passaram a chamar-se "apáticos".








É claro que não sabia mais de Touro Sentado do que seu nome. Fui pesquisar e aprendi que foi chefe dos sioux. Só sabia que Cochise foi chefe apache, porque vi no filme "O intrépido general Custer", com Errol Flynn. Mas como é que eu poderia justificar a "apatia" da tribo acima, se não achasse algo que pudesse dar credibilidade ao conceito?
A mocinha entendeu nada. Nem ninguém entendeu!

Foto de Touro Sentado: Tecido Vivo.
http://tecidovivo.blogspot.com.br/2010/12/120-anos-sem-coragem-de-touro-sentado.html

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