14 de dez. de 2012

TÁXIS NO RIO DE JANEIRO

Abro o Terra e encontro lá: "RJ: cooperativas de táxi são suspensas por irregularidades". Falam de algumas das irregularidades: "Entre as irregularidades identificadas estão cobrança de tarifa por hora, por roteiros turísticos, adulteração no preço de corridas e falta de dispositivo com a exposição da tabela de preço no balcão de vendas.". Acho estranho que só no dia 14 deste mês tenham sido verificadas essas irregularidades. Estive no Rio, com minha mulher. Chegamos no dia 4, pela manhã e saímos no dia 8. Na chegada, "pegamos" uma fila para táxis, o que parecia ser prático. Logo foi-nos dado um papel, com o valor da tarifa: R$38,00. Uai!? E o taxímetro? diria o bom mineiro. Sem taxímetro. Havia uma tabela afixada na parede, com caracteres absolutamente legíveis, planilha bem organizada, com diferença entre "bandeira 1" e "bandeira 2". Perguntamos a uma atendente: por que bandeira 2? Resposta, sem pestanejar: "é o 13º do taxista". Arrematou, irônica: "deputado e senador não ganha 14º e 15º?". É... ganha... E lá fomos para o hotel, por volta das dez horas da manhã, com "bandeira 2". Fiquei matutando: a diferença entre bandeiras 2 e 1 é de mais de 30%. Pôxa! O 13º do taxista custa isto tudo? Qual o critério? Verificamos, depois, que aquele tipo de tarifário iria atá fevereiro (carnaval taí!). Então, estaríamos pagando o 13º, o 14º e o 15º? Duvido que o 13º do taxista não estivesse incluído na planilha de custos que alguns prestadores de serviço têm de apresentar ao orgão de administração pública, para fixação de valor de tarifa. Ora, se já estavam inclusos, por que repetir? Se não estavam inclusos, então era uma questão do taxista ou do proprietário do táxi, que achava não ser necessário enunciar uma despesa que é característica dos direitos trabalhistas.
Então, por que achei estranho? Porque a tabela estava afixada na parede, uma planilha muito bem detalhada, quadrículas, letras e números absolutamente legíveis e uma moça distribuindo os tais "papéis" com o falor da "bandeira 2" já escrito e a indefectível resposta "é o 13º do taxista".
Quando voltamos ao aeroporto, para deixar o Rio, tomamos um táxi perto do hotel. Trajeto quase igual ao da chegada. A bandeira era 2, também (segundo as informações, todos os táxis na cidade do Rio de Janeiro estavam com "bandeira 2" e o argumento era o mesmo: 13º do taxista. Pagamos R$22,50. Três reais e cinqüenta centavos menos do que o preço da "bandeira 1" afixado na tal planilha, no aeroporto (R$26,00). Então, a tabela no aeroporto estava adulterada. Por curiosidade, voltamos à planilha. Havia um pequeno cartaz (que não víramos antes), dizendo que era opcional pagar pela tabela ou pelo taxímetro. Argumentamos com a atendente que aquele cartaz não estava lá, quando chegamos. Respondeu, candidamente: "foi colocado aqui antes de ontem". Argumentamos que, ao nos entregar um papel com preço de "bandeira 2", não nos fora informado que poderíamos optar.
A notícia que vi no Terra não fala em suspenão de táxis no aeroporto. Só no porto.
É! Turista tem mais é de financiar o desnecessário! O Poder Público sabe (ou tem a obrigação de saber) que o tarifário adulterado e irregular estava afixado no aeroporto, bem como dos modos de cobrança ali.
A Prefeitura do Rio de Janeiro deve ter um órgão de proteção e defesa do consumidor.
O Prefeito do Rio de Janeiro deve conhecer a situação, por dever de ofício. Ah... Mas ele não anda de táxi...

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