18 de nov. de 2012

NÃO CAI BEM PARA UM CAMPEÃO


No jogo Fluminense x Cruzeiro, hoje à tarde, o Cruzeiro jogou melhor do que o campeão brasileiro. Poder-se-á dizer que o Flu estava desmotivado, que havia relaxado. Rafael Tobis declarou, após o jogo, que é difícil jogar bem após a conquista de um título, que há um relaxamento natural. A observação ao longo do tempo mostra-nos que não é raro um adversário qualquer fazer desandar o chope do campeão, antecipado ou não. Dá para entender: comemoração de título desgasta e não é pecado, pô!
Comento algumas observações que fiz, enquanto assistia ao jogo, pela tv, sobre questões disciplinares, negligenciadas por muitos. Sei que contrario um montão de gente, até especialistas, que acham "bobagem" o juiz fazer voltar uma bola, mandar repetir uma jogada. "Transgredir é próprio dos inteligentes", disse-me, ontem, minha filha caçula. Penso que não: a subversão é necessária mas precisa de ordem para ser feita. Não sendo assim, aparecerá logo a subeversão da subversão. Em seguida, a subversão da... Aí, não para mais pra segurar, parafrazeando Gonzaguinha.
Na primeira saída de bola, do Fluminense, o Fred ficou na metade do campo do adversário. O juiz permitiu que a saída fosse feita, quando o correto é cada time em sua metade do campo. É "bobagem" exigir o correto? Não concordo. O juiz deixando passar isto, outras esquisitices virão atrás.
O juiz apitou uma falta a favor do Cruzeiro. Deco pegou a bola e dirigiu-se para o local da falta. Quando chegou lá, jogou a bola para o local de onde a havia conduzido. Quem jogou bola - qualquer pelada, qualquer campinho - sabe que isto irrita e, conforme os ânimos, pode descambar para violência ou até para briga. Sem falar que tira muito da beleza do espetáculo. Elegância faz mal a ninguém.
Leandro Euzébio fez falta. O juiz apitou. Leandro dirigiu-se a ele, reclamando e, por mímica, deu a entender que o adversário o havia puxado pela camisa. Na repetição do lance, aparece a mão de Leandro puxando a camisa do cruzeirense.
Gum fez pênalte em Marcelo Ramon. Deu para perceber que agarrava o adversário. Reclamou e levou amarelo. Insistiu -"insistentemente" - na reclamação. Passou das medidas. Outro amarelo, seguido de vermelho, não lhe teria ficado mal. A repetição do lance mostrou a mão de Gum na parte inferior da omoplada de Marcelo Ramon, quase sob as axilas. Não é admissível que Gum tivesse intenções amorosas com o adversário.
Prefiro um espetáculo autêntico. Sei que acham-me chato. Mas prefiro, mesmo.
Mesmo porque o que vi, acho, não cai bem em um campeão.
 
Foto: Alagoinhas Notícias.

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