18 de ago. de 2012

PATATIVA DO ASSARÉ. REPENTISTA NORDESTINO.

Muitos cantaram as rudezas que o sertanejo nordestino enfrenta. Provavelmente, ninguém cantou mais do que Patativa do Assaré. No Cariri, na Serra de Santana, próximo a Assaré, no Ceará, nasceu Antônio Gonçalves da Silva. Aos aos oito anos, vendeu uma ovelha para comprar uma viola. Dez anos depois, viajou ao Pará e "...enfrentou muita peleja com cantadores". Voltou Patativa do Assaré.
Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel (http://www.tanto.com.br/Patativa.htm). 
Uma das obras em que, pela vozes de Gonzagão e Gonzaguinha, mostra com maior crueza o drama do nordestino que é obrigado a deixar a terra natal, está "A Triste Partida" (http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=0s4BbHxpUKY).
Penso que vale a pena seguir esse link, com animação de Flávio Andrade Meireles, premiada em Curitiba, um clip muito legal e coerente.
Em geral, os poemas de Patativa do Assaré são muito longos. Tempo e paciência para lê-los serão recompensados. Por enquanto, vou postando algumas "pílulas", daquilo que puder ser dividido. Como as estrofes de "Versos Espalhafatosos". Começo pela primeira delas:

Se a espora tem roseta,
com certeza tem prefume,
nunca faltou mancha preta
na lampa do vagalume,
brinco em ureia de gia
tem beleza e simpatia,
vivo é o mesmo finado
e largo é o mesmo estreito,
dotô formado em dereito
gosta de negoço errado.


Foto: Biblioteca Patativa do Assaré.



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