11 de ago. de 2012

A MALDIÇÃO DO OURO

Não! Não se trata de filme do Indiana Jones. Trata-se da incapacidade que, até agora, futebol brasileiro tem demonstrado para conquistar uma medalha olímpica de ouro.
Não que isto seja a coisa mais importante que o Brasil possa desejar. Há muitas coisas que penso serem prioritárias. Nem precisa falar.
Qual será a causa dessa incapacidade?
Penso que ninguém, nem seleção alguma ganha medalha de ouro, nem perde, sem antecedentes que possam ser mais ou menos determinantes. A medalha de ouro não foi perdida hoje. Como qualquer brasileiro, tenho minhas teorias, que, por enquanto, vou guardando. Tento encadear muitos fatos e muitas atitudes que envolvem o futebol e os outros esportes.
Acho que essa incapacidade nacional de ganhar medalha olímpica de ouro, no esporte em que é pentacampeão em copas do mundo, desafia tese de doutorado. É um fenômeno que incomoda - e muito - milhões de entendedores de um futebol dito vitorioso.
Enquanto não equacionarmos este fenômeno, não conheceremos as verdadeiras dificuldades e, conseqüentemente, estaremos laborando em causas equivocadas.
Dou um exemplo: logo depois do jogo, o comentarista Paulo César Vasconcellos falou, entre outras coisas - acho que o que disse de mais importante foi que não há por que crucificar a geração de Neymar - falou, repito, que precisamos de um goleiro.
Meu Deus! como diz o Milton Leite. Discutir goleiro é o que menos temos de fazer agora. Mesmo porque, se minhas teorias puderem ser provadas, penso que Neymar já foi crucificado, desde há muito tempo.
E também não se trata da geração Neymar. Escrevi, no mês passado "E se Neymar tiver um piriri?"
http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3909210118884130113&pli=1#overview/postNum=0, chamando a atenção para a hipótese exclusiva que li em Veja Olimpíada 2012, de julho:

"Neymar é a esperança de medalha de ouro inédita no futebol".
Disse que isto podia não ser bom para os demais jogadores. Agora, penso, que talvez não tivesse sido bom nem para o próprio Neymar. Responsabilidade demais!
Tenho dito, também, que, embora pertença à categoria dos esportes coletivos, a nossa tendência - dirigentes, torcida, publicitários, mídia em geral - é individualizar. Só se destaca o artilheiro. Fala-se muito no jogador que marcou o "gol da vitória", como se fosse o único artífice de uma vitória por  3x2 (se tiver curiosidade, leitor, veja "O GOL DA VITÓRIA" em http://cadikimdicadacoisa.blogspot.com.br/2012/02/o-gol-da-vitoria.html).
O resto é o resto! Meros coadjuvantes.
Que tal nossos dirigentes futebolísticos fazerem uma análise séria, cuidadosa, desapaixonada, e, principalmente, voltada - focada, como se gosta de dizer por aí - na reconquista da qualidade do nosso futebol, como um todo, para identificar os fatores negativos que têm interferido no futebol brasileiro?
Poderá ser uma tentativa de exorcisar a maldição do ouro.
Foto jogo: R7.
Foto medalhistas: ESTADÃO.COM.BR
http://olimpiada.estadao.com.br/


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