28 de jun. de 2012

SE GRITAR PEGA LADRÃO...

O Poder esmagando a fé
Costumo assistir às sessões de CPI e de CPMI. Muita conversa de malandro pra delegado, já disse. Ontem, o "entrevistado" foi o jornalista Luiz Carlos Bordoni. Informou que recebeu pagamentos de caixa 2 de Marconi Perillo. Pelo que entendo, o PT quer mostrar que no PSDB também tem gente no desvio. Isto pode livrar a cara do pessoal do mensalão? Sei lá. Mas ninguém quer provar que os envolvidos no mensalão são honestos. Quer provar que há desonestos em outros partidos.
A testemunha
, respondendo a um deputado, falou que não declarou para a Receita Federal todos os valores que recebeu, por serviços prestados a candidatos, em campanhas eleitorais. Acrescentou que todas as campanhas eleitorais apresentam contas sem considerar todos os valores que efetivamente receberam. Penso que não devia estar falando bobagem, porque já ouvi alguém, ex-importante, dizer, via embratel, que "todo mundo faz caixa dois". Foi quando um senador do PSOL perguntou ao jornalista de que campanhas eleitorarais havia participado e, após a enumeração, pela testemunha, perguntou se havia sonegado informações à receita em todas elas. A testemunha respondeu que não, que apenas algumas, e patati e patatá... Pela "seriedade", e até alguma rudeza, com que se porta, habitualmente esse senador, imaginei que iria "apertar", cobrando da testemunha que dissera de "todas as campanhas". Mas o senador conteve-se. Parou por aí, quanto a esse tema.
Fez bem. Dizem que quem conversa demais dá bom dia a cavalo. E que quem diz o que quer ouve o que não quer. Poderemos acrescentar: quem pergunta demais arrisca-se a ouvir respostas indesejadas.
Vai dar em nada, sim!
Mas, em alguns aspectos, chega a ser divertido ouvir uns e outros. O senador Álvaro Dias perguntou ao jornalista Bordoni se era verdade que este disse ter sido abduzido por ETs, como havia sido publicado em um blog, em Goiás. O jornalista respondeu que sim e que, inclusive, havia encontrado todas as pessoas que haviam passado aquela informação ao senador. Risadas entre membros da CPMI, tendo Álvaro Dias dito que devia acreditar tanto nisto quanto nas outras histórias que o jornalista contou.
Vê-se que o senador queria investigar nada, e sim desacreditar a testemunha. Mesmo porque penso e digo, há muitos anos, que ninguém suporta qualquer investigação pouquinho mais cuidadosa. Tanto é que a Sacra História não fala de alguém que tivesse atirado a primeira pedra em Maria Madalena.
Este o ambiente da CPMI. Não quer investigar, porque o ventilador giratório está ligado. Pode até ser que alguém tenha vontade. Mas será cruelmente frito, se tentar!

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